sexta-feira, 28 de maio de 2010

De volta à São Paulo

Já sei por que vou tão pouco ao Rio, porque tenho vontade de nunca mais voltar para São Paulo!


Claro que não são as pessoas, mas a cidade!

Não é possível ser tão maravilhosa em tantos lugares.


Passar por qualquer ponto e olhar para o Pão de Açúcar, Pedra da Gávea, as praias, os morros, as praças...

Não precisa sair da cidade para ter a satisfação de ver aquele mar batendo, do vento entrando, sudoeste, gente no meio da manhã pescando, surfando, correndo e podendo andar de bicicleta em toda a orla...

Claro que eles têm que ser mais felizes!


Estava visitando o forte quando o Antônio desatou a rir por causa de um pedreiro carregando um carrinho de mão cantando alto alguma música que nem sei qual era. O homem parou e nos viu dando risada e ficou todo feliz.

As pessoas são tão simpáticas aqui quanto lá, mas existe uma intimidade que paulista não consegue ter.

Essa intimidade reinante me deixa acompanhada o tempo todo.

Aqui em São Paulo me sinto solitária, sem ter aonde passear, sem ter horizonte para olhar. Acho que olhar para o horizonte dá uma sensação de pertencer ao lugar.

Queria poder escrever melhor para descrever esta sensação e para as pessoas não pensarem que estou fazendo demagogia e tentando explicar o inexplicável.

Não tenho vontade de falar de comida hoje, nem de cozinhar, nem de comer.

Tenho uma tristeza que não é nostalgia, é uma tristeza de sentir que não pertenço mesmo a este lugar.

Lógico que tenho aquele Rio, aquelas pessoas, aquelas lembranças que me deixam saudosa, mas quando eu vou pra lá, parece que nunca saí de lá. Nem sinto as mudanças. Acho que aquelas praias são as mesmas, o jardim Botânico continua lá, o Cristo, a Urca, o Morro da Viúva, que o Antonio também morreu de rir ao saber do nome, a Lagoa.


Tem mais favelas, tráfico, violência, trânsito, mas não me importo. A cidade continua maravilhosa, minha família, meus horizontes continuam maravilhosos.

Almocei no Marimbas, comi as cavaquinhas, encontrei pessoas queridas, matei um pouquinho as saudades e voltei morrendo de saudades.

Ganhei os cadernos de receitas da minha queridíssima Tia Sonia e espero fazer todas as receitas que estão lá. Contar muitas lembranças e alguma hora acabar meu livro.

Sem mais, quero ficar quietinha por algum tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário