sábado, 2 de outubro de 2010

HINODÊ

Depois de muito tempo fomos à Liberdade comer num lugar que costumávamos ir com os meninos pequenos durante muitos e muitos anos.

Sempre éramos recebidos pela mesma pessoa que fazia a maior festa com seu jeitinho japonês e suas mínimas palavras em português, mas sempre com um sorriso espontâneo, e cheia de gestos e sons, muitas reverências e muitos “és” e “nés”.

Uma pessoa especial e mais especial ainda quando nos contou com toda esta dificuldade que esteve e viu a bomba de Hiroshima!

Para mim ela já se tornou uma heroína, uma pessoa que deve ter mil histórias para contar, imaginem se ela soubesse falar direito o português, se esta dificuldade toda não fosse o motivo da falta de comunicação dela. Que bom seria ficar horas conversando.

Só sei que ela sempre fica no caixa, vem receber agente, brincava com os meninos, já mandou até presente para um deles que estava doente em alguma ocasião que não pode ir comer.

Depois de um tempo, conhecemos o filho dela que tinha voltado do Japão e passado um tempo por lá fazendo um curso de comidas quentes japonesas.

Um moço muito bonito, também gentil e muito simpático que acabou me apresentando ao Nirá pela primeira vez. Nirá com fígado de galinha refogado que eu adorei e fiquei fã até hoje!

Ontem fomos lá jantar depois de anos de ausência e quem encontramos?

Os dois! Sra. Kiuê e Seekai. Não sei é assim que se escreve os nomes deles, espero estar certa.

Foi uma festa!

Ela nunca mais fica à noite e ele estava até àquela hora porque tinha faltado o cozinheiro ou sei lá!

Que prazer reencontrá-los! Comemos como reis!

Ela estava magrinha por causa da diabete, mas estava linda com um vestido vermelho com flores amarelas, Hibiscus amarelos, cabelinho pintado, sorridente como sempre, e falando daquele jeito macarrônico que estava muito contente de nos rever que estava com muitas saudades.

Fiquei muito emocionada! Disse que ela estava muito bem, muito bonita, que o vestido era muito bonito e ela disse arigatô! Adoro vermelho! Eu Também! Veio o filho e falamos do Nirá, agradeci depois de tantos anos ele ter me mostrado como se come Nirá.

Ficamos e só fomos embora quando não tinha mais ninguém só nós quatro e um rapaz que trabalha lá. Foi muito gostoso... Embora não se fala muito, se ri muito e nos sentimos muito queridos.

Ah! Esqueci de falar que sempre o Renato bricava com ela por causa dos pirulitos na saída, queria mais que um! Os meninos também! Pirulitos de coração vermelhos.
Ontem ela trouxe a caixa e pediu para ele pegar quantos ele quisesse uns três ou quatro... Pode mais pros meninos, né?

Um comentário:

  1. Hinodê, wow! Eu ia lá quando nem filhos ainda tinha! Que bom poder lembrar daquele tempo, quando comida japonesa era só na Brigadeiro Luis Antonio, ou na Liberdade. Good old times!

    ResponderExcluir