Sem dormir

Nossa que calor!

Hoje soube que se agente não dorme direito não emagrece direito.

Sei que não tem sido esse meu problema de emagrecer devagar depois de postar todas aquelas extravagâncias da viagem, mas dormir que é bom, nada!

Pode estar dificultando...

Sento aqui e penso em cozinhar.

Adiantar alguma coisa para minhas lembranças de Natal. Depois me dá aquela preguiça... Tirar fotos, esperar o forno. E se o sono chegar?

Lembrei da minha querida vó Gilda que ficava acordada a noite toda praticamente.

Fazia várias geléias.

Isso mesmo, era mestre em fazer geléias de madrugada.

O mais engraçado não era isso. O mais engraçado era que ela ouvia música num radinho de pilha a toda!

Sempre na Cultura, sempre música clássica.

Quando era na casa de Petrópolis não tinha o menor problema, mas depois que meu avô morreu ela foi morar em Laranjeiras sozinha e em um apartamento que todas as áreas de serviço davam pro mesmo lugar.

É muito comum no Rio ter aquela central no meio dos edifícios juntando todas as áreas de serviço. Dá aquele eco!

Sendo assim, imaginem minha querida avó às 3, às 4, às 2 horas da manhã fazendo sua geleínha e ouvindo sua musiquinha na cozinha... Com calor, com a porta da cozinha aberta para a área de serviço e o rádio a toda!

Aquele silêncio dos deuses, todos dormindo e aquela música clássica ecoando por todo edifício.

Quem é que põe essa música todos os dias? Às noites?

Foi uma perguntação pra lá e pra cá. Reuniões de condomínios mil. Claro que minha avó nunca foi em nenhuma.

Acabaram batendo na porta dela e perguntando:

_ Da. Gilda, a Sra sabe alguma coisa desta música que toca todo dia nas madrugadas?

_ Como eu? Sou uma senhora idosa, essas horas estou sempre dormindo, não ouço nada, graças a Deus! Deve ser algum desses jovens que ficam acordados até tarde.

_ Não Da. Gilda! É música clássica e jovem não gosta!

_ Nem eu, adoro samba.

Coisa que ela odiava.