É muito impressionante como agente vai se acostumando com as coisas, as pessoas, o lugar, vai deixando as expectativas de lado, vai aprendendo a olhar com outros olhos, vai criando intimidade e vai gostando.
Não importa mais se aquela pessoa é assim ou assado. Ela está aqui junto de você por algum motivo e se chegar perto dela, por mais chata, feia, triste, alta, gorda ou magra que seja ela tem uma história.
Eu sei que sou mestra em conversar. Cada vez me surpreendo com cada um que converso e sempre gosto, sempre!
Não consigo ignorar ninguém.
Acabo gostando das pessoas, por mil motivos.
Não estou dizendo que fico amiga, mas de jeito nenhum me incomodam, me chateiam.
Foi muito bom ter vindo sozinha porque só assim tenho tempo de variar tanto.
Desde a pessoa que varre a piscina quando chego de manhã que tem histórias interessantes, até aquelas que quando eu cheguei achei que nunca iria chegar perto.
Minhas borboletas estão salvas e não vào mais voar!
Rodo num mar de assuntos diferentes. O fato de você passar o dia, a noite , outro dia, fazer coisas junto, as refeições, já faz com que você faça parte da vida delas de qualquer jeito, então porque não aproveitar para conhecer melhor todo mundo?
Antes só usava meu computador no quarto, desde que quebrou a ligação, trouxe comigo e agora escrevo em qualquer lugar, é a mesma coisa.
Antes ficava lendo, nadando e no quarto. Agora sento junto com qualquer um e converso. Faço um elogio, comento qualquer coisa e sempre acabo recebendo a mesma coisa de volta, ou seja, estou achando as pessoas tão normais como se fossem moradores do meu prédio, alunos de uma mesma sala de aula.
Mesmo minha natação que poderia ser a coisa mais chata do mundo não é porque resolvo meu sonhos lá, vejo os desenhos do sol, canto, invento histórias...
Sabe que o jeito de ser mais independente é se dar bem com todo mundo mesmo.
Nem ligo pras comidas , nem troco nada.
É um aprendizado danado.
Ainda mais estou lendo Adeus Lenin que combina muito com tudo isso, um universo que eu não conhecia, Russia!
O Joca, meu filho acabou de falar comigo e perguntar se eu não poderia dar uma assessoria aqui na cozinha.
Eu respondi que se me pagassem bem, como trabalho. Vim aqui para desligar das comidas, da compulção.
Estou desligando e ficando tranquila com tudo e com todos.
Ficando íntima do lugar, das pessoas, das comidas e quantidades.
É isso que tem, é isso que como!
O lugar é lindo, agradável, como disse minha irmã parece Carangola, Itaipava... Estou respirando...
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